Desconfortos

Quase todo mundo me pergunta se eu tenho enjoado muito. Sempre penso a mesma coisa nessas horas: se fosse só o enjoo tava bom. No geral, até que não tive muitos enjoos – tirando os momentos de ansia de vômito no mercado, coisa que se tornou bem corriqueiro pra mim – mas tenho alguns outros sintomas de gravidez que me incomodam bem mais.

O enjoo é, penso eu, o sintoma de gravidez mais popular, junto com os desejos. Mas esses não são os únicos. O que nunca ninguém tinha me dito é que seria normal ter cólicas, muito parecidas com àquelas menstruais. São quatro meses sentindo cólica dia sim e no outro também. Inclusive, foi justamente por causa da cólica que, apesar da minha intuição, eu acreditava não estar grávida quando fiz meu exame.

Essas cólicas já me rendeream algumas noites mal dormidas, umas ruguinhas de preocupação, momentos extras de repouso e ultrassom a mais. Sim, ter cólicas é normal, mas para mamãe de primeira viagem e com o time de peso que eu tenho, é motivo para breves desesperos – e nesses casos, não custa investigar. No fundo, já até estranho quando elas não aparecem.

Outro sintoma de gravidez que me tomou por completo, foi o cansaço extremo. Mas assim, não é só que eu me sinto cansada. É algo como se eu tivesse trabalhado 18 horas seguidas, carregando blocos para construir as pirâmides do Egito sozinha. Parece exagero, eu sei. Mas não é. Já tive dias de sair do banho e voltar a dormir antes de me arrumar pra trabalhar, tamanho era o cansaço. Os motivos, além da gravidez, eu acredito que sejam uma leve anemia que eu já tinha antes de engravidar e um hipotireodismo , ambos já sendo tratados. Claro que tanto cansaço também já me rendeu mais uma dose extra de preocupação.

Me falaram que tanto o cansaço quanto as cólicas iriam embora depois de doze semanas, mas completando hoje dezesseis semanas, nada mudou. Minha esperança agora é que algo mude a partir da décima sétima.

Quanto aos desejos, bom, eu escrevo depois junto com outros sintomas. Sou suspeita pra escrever sobre esses incomodos, porque confesso, sou muito sensível e pouco tolerante a desconfortos físicos. E muito menos quero assustar as candidatas a gestantes, nem ficar me lamentando. mas acho que nãos custa avisar para que tudo possa acontecer. Sei de gente que passou a maior parte da gravidez vomitando e sei de gente que sequer percebeu a barriga crescer até o sexto mês. Cada gestação é única e cada uma sabe o quão tolerante é aos desconfortos. mas de qualquer maneira, não custa avisar, não é mesmo? Afinal, nem só de enjoo se faz uma gravidez.