Chutes e outros movimentos

 

Demorei a sentir o João Otávio mexer. E, confesso, isso me frustrava um pouco, vivia ansiosa pelos famosos chutes do bebê na barriga.

Em compensação, nas últimas semanas esses movimentos têm sido constantes, e com cada vez mais força. Sempre esperei bastante pelos minutinhos antes de dormir em que ele se manifestava e eu sentia ele se movimentar. Agora já não preciso esperar tanto: durante o dia, se tornou constante receber uma cutucada, mexidinhas, socos e por aí vai.

Não que eu esteja reclamando. De forma alguma, continuo achando uma delícia esses momentos, principalmente quando identifico uma constância: sempre que coloco música – principalmente samba –  ou quando o Fernando acaricia a barriga, e por aí vai. Mas preciso admitir, mesmo que a contragosto, que às vezes é um pouco incômodo.

Hoje, por exemplo, desde que almocei, ele não parou. A  ponto de eu precisar mudar de posição, por conta da pressão que estava fazendo perto da costela. Já até brinquei que acho que ele deve estar tentando rasgar minha barriga, pra ver se sai por ela. Não dói, nem machuca e também é uma sensação que não dá pra explicar. Mesmo incomodo, é gostoso – dá pra entender?

Nos dias em que ele fica mais quietinho, eu estranho e fico até um pouco preocupada. Ainda que cause um certo desconforto – principalmente de madrugada, no melhor do sono – como eu disse antes, continuo adorando esses momentos, que são bem íntimos e particulares, já que sou a única que tem o privilégio de senti-lo até o nascimento. Talvez seja besteira pensar assim, mas vejo como mais um dos milagres da gravidez – afinal é ou não é uma loucura ter uma pessoinha se mexendo dentro de você?

Crises da gravidez

Esse fim de semana, tive duas crises de gravidez. Vou escrever sobre elas em textos diferentes.

 

A primeira crise se deu por dois acontecimetos. o primeiro foi por uma saída às compras de roupas para gravidez. Logo no primeiro vestido que provei, levei um susto: eu me vi completamente redonda. Depois do susto e compras feitas, me preparei para ir à praia, e lá estava minha barriga redonda – minha cintura praticamente sumiu – me fazendo entrar em paranóia por causa das mudanças no corpo.

Assim que soube que estou grávida, me ocorreu que eu pudesse passar por uma certa dificuldade em relação as alterações na minha forma. Acredito que isso tenha a ver com a minha redução de estômago, afinal há quase dois anos eu emagreci 41 quilos e vi meu corpo mudar completamente. Não sabia como seria ver meu corpo sofrer outra mudança em pouco tempo. Pois a hora chegou, minha barriguinha começou a aparecer e eu comecei a me apavorar.

Barriguinha!

Ver a barriga crescer é uma delícia, do ponto de vista materno. Aquele serzinho começa a se fazer presente na nossa vida. Mas nem sempre faz bem pra auto-estima: as roupas não caem tão bem, muita coisa não serve e colocar um saltinho pra dar uma alongada, pra mim, é inviável por causa do cansaço nas pernas.

Comecei a me sentir esquisita e desconfortável, quase feia com essas formas arredondadas, seios e quadris crescendo. Eu confesso que, apesar de meu padrão físico não lembrar nem de longe aquele minhonzinho, eu esperava que, por um milagre, só a minha barriga crescesse e nada mais. Aí veio a decepção, já que o corpo inteiro muda – e tudo bem, eu sei que não tem como ser diferente. Mas assusta. E olha que isso é dito por alguém que, no alto de seus 115 quilos não tinha problemas de auto-estima. Então imagina a confusão mental!

O Fernando tá adorando ver minha barriga redonda – tudo bem, eu também adoro, com controvérsias – e minha mãe riu um bocado da minha reação na loja. Algumas coisas da gravidez, por mais que a gente se “prepare”, a gente nunca tá completamente preparada. Honestamente, nem imagino como vou conciliar a delícia do barrigão com o susto da auto-estima, principalmente no verão, em que os corpos ficam expostos. Me resta evitar os vestidos (sério, não dá, a gente fica muuuito redonda!), tentar relaxar e curtir o momento, afinal é tudo por um excelente motivo.

P.s: sobre a outra crise, vou escrever amanhã.

P.s2: apesar da barriga redonda, eu engordei bem pouco até agora, coisa que muito me orgulha!