Ontem comentei por aqui que durante o fim de semana passei por duas crises.
Pois bem. A segunda crise começou, na verdade, durante a semana e teve um desfecho no domingo. Acontece que, sem muitas amigas próximas grávidas, eu acabo me sentindo um pouco sozinha. E vivendo uma fase completamente diferente dos meus melhores amigos, me sinto numa ilha deserta.
Domingo fui numa festa, em que estavam alguns conhecidos. Se antes eu era das simpáticas, que sai conversando e fazendo amizades em qualquer evento, agora é a situação é outra. Meu assunto é muito diferente de todo mundo, minha fase é outra e nem tenho pique mesmo pra acompanhar a galera.
Enquanto vejo meus amigos e amigas se prepararem pra sair pra balada e nas intermináveis operações verões de todos os anos, eu me vejo dormindo às 9 da noite e me programando pra passar o verão na Caeira da Barra do Sul (longe e isolada da maior parte do mundo). E, eu admito, de vez em quando isso dói.
Um dia me falaram que é como se a gente entrasse numa comunidade secreto. E eu imagino mesmo que deve ser assim. Ao mesmo tempo que tenho visto muitas mulheres grávidas, tem horas que a solião e a carência batem forte.
É normal, eu sei. Principalmente porque a vida segue pra todo mundo. Mas sentir as pessoas se afastarem é estranho e doloroso. E não poder acompanhar os amigos de antes também.
Domingo me bateu uma saudade de estar como todo mundo – e claro, junto veio a culpa por me sentir assim. E me dei conta que é aquele tipo pior de saudade, que a gente sente e sabe que realmente não vai viver aquilo de novo.
Não tenho dúvidas de que estou vivendo o momento mais especial e maravilhoso da minha vida. Mas nunca soube lidar com esse sentimento de solidão. Todos os dias, alguém me dá parabéns e deseja luz e saúde pro Jota – e isso é uma das coisas que mais gosto da gestação, porque me sinto realmente muito querida pelas pessoas. Mas sinto falta de ter com quem compartilhar essa fase incrível. Graças a Deus, tenho um homem muito especial ao meu lado, que me acompanha em todas as fases. E a Internet, que me faz sentir um pouco menos isolada do mundo.